A saga feminina
A primeira mulher de Adão não foi Eva, mas sim, Lilith, segundo a tradição judaica do Zohar. Lilith, diz o mito, era independente e indomável e não aceitou viver em passividade com Adão no Paraíso, daí ter fugido para o Mar Vermelho e se acasalado com vários demônios. Eva cometeu o pecado original de comer a fruta do conhecimento que, se revelado, segundo a bíblia, inviabilizaria a saga feminina. A beleza e o ímpeto de Lilith, segundo a alegoria, teria sido o estopim para a crise nos relacionamentos afetivos entre o homem e a mulher. A tradição rabínica diz ainda que Lilith tornou-se inimiga de Eva e da família e declarou guerra aos deuses, não deixando desde então homens, mulheres e crianças em paz, daí a figura de Lilith estar ligada à vingança, à inveja e ao ódio. Nos mitos há mensagens veladas, mas a figura de Lilith não foi compreendida e é usada nos movimentos feministas para "libertar" as mulheres, porém, esses movimentos são estéreis e histéricos e com discurso sofismático, pois leva a mulher para um ilusório paraíso. A missão sagrada que a Natureza concedeu à mulher, dizia Rousseau, foi a da reprodução e a de cuidar dos seus rebentos em favor da família. Lilith "ensinou" a vingança e a não esquecer os antigos relacionamentos, daí, ainda hoje, a quase inviabilidade de novos enlaces afetivos por conta do passado feminino. Lilith influencia as mulheres contemporâneas, pois em busca da beleza a qualquer preço, usam nos cabelos produtos químicos à base de formol, amônia, guanidina e até lítio, que penetram na corrente sanguínea causando danosos efeitos colaterais, o que, em tese, altera o humor e o bem-estar da mulher. Hipócrates, Platão, Aristóteles e mestre Eckhart - a Igreja colocou em dúvida se a mulher pertencia ao reino animal -, diziam sem provas que a mulher não tinha alma, mas todos erraram. Os mitos têm muita força na civilização e explica o presente no passado e Lilith serviu para provar que a mulher no seu estilo não é feliz. A mulher saiu de seu habitat seguro - a família - para se aventurar sozinha na selva onde somente os selvagens sobrevivem.
LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO
Psicanalista