Meu novo livro: Novas abordagens

Meu novo livro: Novas abordagens

terça-feira, 27 de abril de 2010

Pedofilia na Igreja Católica - Artigo inédito

Pedofilia na Igreja Católica

A notícia dos escândalos de pedofilia na Igreja Católica é requentada, pois em 27 de fevereiro de 2004, a rede BBC denunciou a existência de 11 mil acusações de casos de pedofilia reconhecidos pelo Vaticano somente nos Estados Unidos. A Igreja Católica e os clérigos são historicamente misóginos, pois no Concílio de Mâcon, em 585, os bispos puseram em dúvida a vinculação da mulher à espécie humana, como se ela não tivesse alma e assim decretaram que as mulheres não faziam parte do reino animal. Porém, o fato dos clérigos serem misóginos, não os transforma automaticamente em homossexuais e/ou pedófilos, pois certamente há clérigos equilibrados e que abdicaram da prática sexual em prol de uma causa nobre.
É considerada perversão sexual a prática da pedofilia, mesmo que o pedófilo tenha sido molestado quando criança, pois, mesmo agindo inconscientemente, não atenua ou justifica esse ato sexual hediondo. Quase não há registros de mulheres pedófilas, ou seja, sugere-se que o pênis é crucial para consumação do desejo do pedófilo. Pelo temor reverencial que as crianças têm dos padres – em italiano padre quer dizer pai – acaba havendo coação psicológica irresistível, pois neste ato o sujeito não tem outra opção a não ser realizar o desejo do pedófilo.
As crianças tendem a imaginar que se contarem para seus pais o abuso sexual, eles não acreditarão em suas versões preferindo a dos clérigos pedófilos. Os clérigos pedófilos usam a inocência das crianças para saciar seus desejos sexuais nefastos traindo a confiança de toda a sociedade e envergonhando os clérigos que são sérios e equilibrados.
O corporativismo na Igreja é grande e há resistência de tornar público as mazelas cometidas dentro dos templos. Além disso, é bom relembrar que os padres não ingressam nos seminários forçados, ou seja, sugere-se que a prática da pedofilia é antiga e que sempre houve o desejo de acobertar essas perversões na Igreja. O padre pedófilo, queira ou não, exerce grande influência nas comunidades em que realiza suas homilias, mas as pessoas esquecem que por debaixo da batina há um homem com pênis, sujeito a desejos e, potencialmente ativo – ou passivo – capaz de seduzir meninos e assim saciar seus perversos desejos.
Há uma característica comum entre os pedófilos em geral: quase sempre são pessoas acima de qualquer suspeita e que gozam de prestígio na sociedade. É tentador imaginar que os clérigos pedófilos deturparam essa passagem bíblica mentalmente para justificar suas perversões sexuais: Deixai vir a mim os meninos, e não os impeçais, porque dos tais é o reino de Deus. Lucas, 18:16.


Luís Olímpio Ferraz Melo

sábado, 24 de abril de 2010

Fenômeno natural, lei universal - Artigo - Jornal OPOVO

Artigo

Fenômeno natural, lei universal

Domingo, 25 de Abril de 2010

É indiscutível a sobrevivência do espírito no fenômeno pós-morte e até os livros - ditos sagrados - das religiões que negam a Reencarnação reconhecem o mundo espiritual - Reencarnação é um conhecimento, e não crença. Existe uma passagem bíblica que prova a Reencarnação e garante que sempre há esperança: ``Jesus desceu ao inferno depois de sua morte, e pregou aos espíritos que lá se achavam em prisão`` (1ª Carta de São Pedro 4, 6), portanto, é desnecessária e cruel a ênfase que se dá nas homilias para a questão do ``pecado`` que gera o malfadado sentimento de culpa. No antigo Egito, os faraós sabiam da Reencarnação, mas de forma equivocada, pois achavam que poderiam retornar aos corpos anteriormente habitados, daí a origem das múmias e da reunião das riquezas materiais nos túmulos. No Tibete, antes mesmo da era cristã, na religião de nome Bon, os tibetanos já se comunicavam com os espíritos de seus entes queridos; e o santo mais reverenciado no Tibete é o ex-feiticeiro Milarepa, que transformou-se em paz e luz um dia - sempre há esperança. Na Índia, ainda há segmento cultural no qual, quando o patriarca desencarna, a mulher iludida se suicida, acreditando continuar igualmente a vida conjugal na espiritualidade. Os ``mistérios`` sobre o mundo espiritual foram criados pelo homem e assim como é aqui, também é lá. Ao publicar o Índice dos livros proibidos, a Igreja Católica o fez com o intuito de que a civilização não soubesse da verdade quanto ao pós-morte e se libertasse, pois se isso ocorresse, ninguém mais sofreria por medo do imaginário fogo do inferno, que causa o inútil sentimento de culpa e retira a esperança. Somos testemunhas oculares, neste momento, do fenômeno natural que se repete a cada 12 mil anos, mais conhecido como Apocalipse - em grego quer dizer: Revelação. Antes mesmo de o último livro bíblico prenunciar, sem datas, esse evento, civilizações antiquíssimas já sabiam deste conhecimento e até sugeriram datas, como é o caso dos Maias que, pelos hieróglifos, apontam 21 de dezembro de 2012, como final desta Era e a chegada da nova. Já aconteceu outras vezes, mas é preciso pontuar que o mundo não irá se acabar, mas haverá hecatombe e modificações profundas na civilização. De volta ao Tibete, lembro-me que eles encaram a morte com naturalidade e até chegam a festejar a libertação do corpo quando algum de seus entes queridos desencarna. A morte é um fenômeno natural e a lei universal e imutável foi relembrada por Kardec: nascer, morrer e renascer.
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LUÍS OLÍMPIO FERRAZ MELO, psicanalista e autor do livro ``Psicanálise para todos``.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Psicanálise na Bienal - Artigo inédito

Psicanálise na Bienal


Sigmund Freud quando fundou a psicanálise não imaginava a profundeza do seu método e nem tampouco a sua importância para a civilização. A psicanálise pode dar valiosa contribuição ao desenvolvimento humano mostrando as fases da vida e auxiliando o sujeito a compreender e a superar cada uma destas. A psicanálise é disciplina difícil, pois a sua linguagem é hermética e técnica, mas é preciso repensá-la e traduzi-la para linguagem acessível universalizando-a, como desejava Freud. As críticas não intimidaram Freud, pois ele sabia que estava rompendo um sistema de pensamento.
Em Psicanálise para todos, ouso incentivar os leitores a conhecer um pouco da psicanálise e da sua história tão conturbada e, ao mesmo tempo, fascinante. Com base na minha experiência e através de pesquisa procurei escrever sobre temas contemporâneos e apresento sugestões de soluções para algumas questões, exemplo, a cura do sentimento de culpa. Noutra parte mostro a assustadora historiografia dos remédios e como eles contribuem para a não cura do sujeito.
É difícil imaginar uma sociedade vivendo com qualidade sem o conhecimento psicanalítico amealhado até aqui. Psicanálise para todos é polêmico, pois mostra os objetivos das sociedades secretas e como as religiões manipulam bilhões de pessoas no mundo, bem como as possíveis causas da ansiedade, da melancolia e da depressão quase generalizadas na contemporaneidade. No entanto, o objetivo principal do Psicanálise para todos é a divulgação da psicanálise, pois o livro é num linguajar acessível, direto e portanto, os leigos na disciplina não terão tantas dificuldades em entender a proposta do livro. Não é a melhor obra de psicanálise, mas na ausência de outras do gênero, apresento-a à sociedade alencarina o Psicanálise para todos. O dia de hoje é emblemático para a psicanálise, pois foram nas famosas reuniões das “Quartas-feiras”, na casa de Freud, em Viena, na Áustria, entre os anos de 1902 a 1907, que a doutrina freudiana ganhou alma, corpo e rumo. O lançamento do Psicanálise para todos é hoje, às 19 horas, na 9ª Bienal, no Centro de Convenções.

Luís Olímpio Ferraz Melo - psicanalista